Institucional

A intervenção musical como tratamento alternativo na doença de Alzheimer: uma revisão da literatura - CSA

01.11.2023

A intervenção musical como tratamento alternativo na doença de Alzheimer: uma revisão da literatura - CSA

O projeto de Iniciação Científica dos alunos Ana Clara Tejo, Laura Rodrigues e Pedro Sant'ana tem como tema: A intervenção musical como tratamento alternativo na doença de Alzheimer: uma revisão da literatura.

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva, ou seja, destrói gradativamente os neurônios, e compromete cada vez mais as áreas neuropsicológicas, como a cognição, principalmente a memória, e as atividades diárias ao longo da vida dos doentes. É o tipo mais comum de demência, a sétima maior causa de e no mundomorte no mundo.

De acordo com a OMS, das 55 milhões de pessoas que vivem com demência atualmente, 60% a 70% de todos os casos estão relacionados à Doença de Alzheimer (DA), estimando-se que esse número cresça para 78 milhões em 2030. O grupo mais afetado é o dos os idosos, população a qual mais cresce no planeta atualmente. Levando tais fatores em consideração, o consequente aumento dos casos de Alzheimer se mostra uma preocupação relevante.

Os medicamentos convencionais para a DA nem sempre são eficazes, podendo ser prejudiciais e até levar à morte. Por isso, intervenções não farmacológicas vêm ganhando atenção, tanto como tratamento complementar, quanto como primeira opção para o controle de comportamentos anormais. Entre elas há a musicoterapia, definida pela American Music Therapy Association como o uso de intervenção musical de maneira clínica aplicada por um profissional musicoterapeuta. Há muitos estudos que apontam seus benefícios, além de ser uma alternativa não invasiva, eficaz e de baixo custo. Porém, a exigência de um especialista se torna um fator limitante, o que nos levou a abranger a intervenção musical de maneira geral em nosso trabalho.

Todas as circunstâncias relacionadas aos efeitos da doença e suas implicações levaram ao questionamento sobre a possibilidade do uso da intervenção musical como tratamento alternativo para o Alzheimer, a fim de reduzir seus sintomas e o uso de medicamentos, tomando como hipótese sua eficácia.

Por isso, decidimos que o objetivo do nosso projeto é analisar os efeitos de uma intervenção musical nos sintomas do Alzheimer em idosos, a fim de apresentá-la como um possível tratamento alternativo ao farmacológico.

Com essa finalidade, realizamos uma revisão integrativa da literatura, seguindo a metodologia PICO. O processo da pesquisa foi registrado em forma de fluxograma (vide fig. 1). Lemos, então, 15 artigos científicos, cujas informações estarão disponíveis abaixo.

Verificamos em nossas pesquisas que a música envolve partes do cérebro pouco afetadas pela DA. Em doenças com essa, que colocam as lembranças em risco, a memória musical preservada pode servir como ferramenta importante para melhorar a qualidade de vida das pessoas que já perderam tantas outras habilidades (Baird & Samson, 2009).

Observamos também uma maior eficácia da intervenção quando utilizadas músicas que os pacientes conheciam e com as quais estavam familiarizados. A capacidade de lembrar da música torna-a um bom estímulo para os idosos, os quais geralmente acham agradável e motivador ouvir canções, cantar e dançar. Tais fatores aumentam o senso de autoestima e o engajamento desses indivíduos, fazendo com que a intervenção musical tenha potencial de melhora no humor e bem-estar.

O uso da intervenção musical demonstrou efeitos positivos na área cognitiva, principalmente em relação à memória e à linguagem, nos sintomas neuropsiquiátricos, em especial a ansiedade e depressão, e  também apresentou melhora na realização de tarefas diárias dos idosos, influenciando diretamente a qualidade de vida. Fizemos um gráfico comparando a eficácia da intervenção nos principais sintomas (vide fig. 2)

Apesar da importância dessa temática, visto os índices de crescimento da doença e da população idosa, ainda é um assunto muito recente utilizado como pauta de pesquisa, demonstrando a carência de mais trabalhos na área. Foram encontradas certas divergências nas  referências analisadas, o que não permite a afirmação total da eficácia da intervenção musical como tratamento alternativo, mas apesar disso, é notório que esse método tem grande potencial para esse fim, sendo que já é utilizado como tratamento complementar ao farmacológico. Posteriormente, disponibilizaremos as informações encontradas em um site que desenvolveremos, a fim de facilitar o acesso de cuidadores e familiares a esse conhecimento.

Agradecemos a atenção! Seguem o link para o vídeodo projeto: https://youtu.be/br0JrBEImB4

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